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domingo, 2 de outubro de 2011

Carta Aberta à srª Dilma Rousseff, Presidenta da República Federativa do Brasil

Aracaju (SE), 02/10/2011

Exmª Srª Presidenta da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff,

Desculpe a ousadia deste bancário do Banco do Brasil, pelo menos ainda esperamos que o seja apesar de alguns altos funcionários acharem este nosso desejo é utopia e não faz diferença para o atingimento das "metas" que eles acreditam ser importante para a empresa e seus acionistas (sic) (nós pensávamos que, assim como a CEF, o BNB e os demais bancos estatais restantes, o BB deveria ser importante para o Brasil e seus cidadãos, ou estamos errados???).

Bem, tomei posse no Banco em 1983 e, assim como outros colegas, passamos por diversas fases nessa empresa que aprendemos a admirar, gostar e, inclusive, considerar como o segundo lar, haja vista passarmos mais tempo no trabalho do que com nossa família.

As fases mais difícies foram os períodos dos Fernandos. O primeiro nos tratava como "marajás", pois passava para a população que tinhamos salários muito altos, quando na verdade era o resto da população, ou a maior parte dela, que tinha salários de fome. O segundo, em seus dois mandatos, e sua insana mentalidade de querer vender, ou melhor, doar o país a preço de banana para os empresários (nacionais ou não), não conseguiu seu intento de privatizar o BB, a CEF e a PETROBRAS, em virtude da grande mobilização e respaldo constitucional. Porém, o sociólogo presidente (o mesmo que pediu para esquecerem o que ele escreveu e chamou os aposentados de vagabundos) deixou a maior parte de funcionários públicos ou de empresas ligadas ao Estado sem reajustes salarias durante boa parte de seus mandatos - nós do BB temos perdas de mais de 60%, outros trabalhadores, inclusive do ramo financeiro tem perdas maiores.

Prezada Presidenta, o que nos deixa perplexos é que dentro do staff que a assessora existem pessoas ligadas a categoria bancária, alguns até do próprio BB que conhecem bem a nossa situação (ou deveria  conhecer) como o ministro Paulo Bernardo, mas, às vezes, quando se chega ao "poder" determinadas pessoas acabam esquecendo suas origens....é triste.

Se a Senhora me permite a ousadia, gostaria de fazer uma triste comparação. Cara Presidenta, todos nós conhecemos a história de sofrimentos que a Senhora passou. Porém, acredito, que não tenhas conhecimento do nós passámos em nossos locais de trabalho. Os assédios morais para alcançarmos as metas que as administrações das agências, superintendências, diretorias, nos cobram é desumano. Muitos colegas não suportam e entram em "parafuso", ficam estressados, adoecem e em casos mais extremos acabam suicidando-se.

As administrações do Banco do Brasil, volto a dizer que espero que ainda seja do BRASIL, tem tratado seus funcionários como seres irracionais e/ou burros de carga. Sem respeito a seus direitos querendo inclusive retirar os já conquistados. Veja que o atual negociador disse que este ano não seria pssível "dar" nada e que inclusive não negociaria os dias parados. Pergunto à Exmª Presidenta se o Banco vem dando prejuízo??? O Banco não vem batendo recordes em seus lucros a cada semestre? Quem faz o lucro? A diretoria ou os funcionários? Inflação,cara Presidenta, não consta na CLT e na constituição como "apenas" recuperação do poder de compra passado do salário? Nem isso o tal negociador queria nos oferecer...

O que nos deixa tristes é que outras categorias que não dão o resultado que nós damos, inclusive ao próprio governo como acionista, categorias de outros poderes, conseguem aumentos salarias que não humilham seus trabalhadores como no nosso caso.

Portanto, Cara Presidenta, talvez a Senhora não tenha conhecimento desta Carta, mas saiba que é um desabafo de um cidadão que ainda acredita que nosso País tem plenas condições de ser sério e respeitado pelo Mundo como um País que reconhece os direitos do seus TRABALHADORES e que são eles que carregam o Brasil nas costas e, ainda, consegue ter orgulho de ser brasileiro.

Um Abraço fraterno deste bancário que ainda consegue sonhar e ter uma UTOPIA como meta e que lutará com todas as suas forças para ela torne-se realidade. (É triste quando vemos que ao ascender ao poder alguns esquecem suas ideologias).

Durand Noronha Silva Junior - Funcionário da ativa do BB

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